A Interdisciplinaridade nas Perguntas de Ciências de Estudantes do Ensino Fundamental: Contribuições da Análise Textual Discursiva
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2017v6i4.p32-48Resumo
O artigo apresenta a análise de 342 perguntas sobre o tema “Água”, propostas por 114 estudantes de três escolas do ensino fundamental da região Sul do Brasil, com vistas a identificar articulações interdisciplinares, associadas ao pensamento complexo, presentes nessas indagações. A investigação buscou responder à seguinte questão: Que revelações podem emergir da análise de perguntas dos estudantes sobre um tema específico de estudo, como “Água”, em relação à interdisciplinaridade e ao pensamento complexo? Da análise textual discursiva das perguntas, emergiram duas categorias: perguntas disciplinares; e perguntas interdisciplinares. O exame do conteúdo das categorias possibilitou a redação de metatextos que revelam que, no enunciado da maioria das perguntas dos estudantes, há envolvimento de modo complexo de pensar e estão presentes relações interdisciplinares, pois 77,8% das perguntas pertencem à segunda categoria. Isso pode ser um indicativo aos professores de como iniciar ações pedagógicas, cujo foco é a interdisciplinaridade.Referências
Armijos CEG, Hernandez MWH & Sánchez RER 2016. Principios epistemológicos para el proceso de la enseñanza-aprendizaje, según el pensamiento complejo de Edgar Morin. Pueblo Continente, 27(2):471-479.
Bargalló MC & Tort RM 2005. Plantear preguntas: un punto de partida para aprender ciencias. Revista Educación y Pedagogía, 18(45):61-71.
Bicudo MAV 2011. Pesquisa qualitativa segundo a visão fenomenológica. Cortez, São Paulo.
Camargo ANB 2013. A influência da pergunta do aluno na aprendizagem: o questionamento na sala de aula de química e o educar pela pesquisa. PUCRS, Porto Alegre. Disponível em: http://hdl.handle.net/10923/7400.
Carvalho JGN & Ramos MG 2015. As perguntas dos estudantes sobre reações químicas e os livros didáticos: uma análise comparativa e compreensiva. In P Membiela, N Casado & MI Cebreiros (eds). Presente y futuro de la enseñanza de las ciencias. Educación Editora, Vigo - Espanha, p. 351-355.
Fazenda I (org) 2013. O que é interdisciplinaridade? Editora Cortez, São Paulo.
Freire P & Faundez A 1985. Por uma pedagogia da pergunta. Paz e Terra, Rio de Janeiro.
Freschi M & Ramos MG 2009. Unidade de aprendizagem: um processo em construção que possibilita o trânsito entre senso comum e conhecimento científico. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, 8(1):156-170.
Galle LAV 2016. Estudo sobre reconstrução significativa de conteúdos no ensino fundamental por meio de unidade de aprendizagem sobre alimentos. PUCRS, Porto Alegre. Disponível em: http://tede2.pucrs.br/tede2/ handle/tede/7079.
Galle LAV, Carvalho JGN, Ribeiro MEM, Ramos MG 2015. A pergunta na aprendizagem em Química: identificação de falhas conceituais na linguagem dos estudantes. In Anais do X Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Águas de Lindóia, São Paulo, Brasil.
Galle LAV, Pauletti F & Ramos MG 2016. Pesquisa em sala de aula: os interesses dos estudantes manifestados por meio de perguntas sobre a queima da vela. Acta Scientiae, 18(2):498-516.
Gibbons M 1997. La nueva producción del conocimiento: la dinámica de la ciencia y la investigación en las sociedades contemporáneas. Pomares-Corredor, Barcelona.
Giordan A & Vecchi G 1996. As origens do saber: das concepções dos aprendentes aos conceitos científicos. Artes Médicas, Porto Alegre - Brasil.
Lima VMR & Ramos MG 2017. Percepções de interdisciplinaridade de professores de Ciências e Matemática. Revista Lusófona de Educação, 36(1):166-177.
Lipman M 2014. Pensamiento complejo y educación. Ediciones de La Torre, Madrid.
Mariotti H 2007. Complexidade e pensamento complexo: breve introdução e desafios actuais. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, 23(6):727-731.
Mariotti H 2007. Pensamento Complexo: suas aplicações à liderança, à aprendizagem e ao desenvolvimento sustentável. Atlas, São Paulo.
Maturana HR & Varela F 1995. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento humano. Psy II, Campinas – São Paulo.
Moraes R & Galiazzi MC 2011. Análise textual discursiva. Editora Unijuí, Ijuí - Brasil.
Moraes R, Galiazzi MC & Ramos MG 2012. Pesquisa em sala de aula: fundamentos e pressupostos. In R Moraes & VMR Lima (eds.). Pesquisa em sala de aula: tendências para a educação em novos tempos. Edipucrs, Porto Alegre - Brasil, p. 11-20.
Morin E 2015. Introdução ao pensamento complexo. Sulina, Porto Alegre - Brasil.
Pombo O 2013. Epistemologia de la interdisciplinaridad: la construcción de un nuevo modelo de comprensión. Interdisciplina I, 1(1):21-50.
Ramos MG 2008. A problematização necessária no ensino de Ciências e o livro didático. In RMR Borges, NRS Basso & JB Rocha Filho (eds). Propostas interativas na educação científica e tecnológica. Edipucrs, Porto Alegre – Brasil, p. 61-76.
Santomé JT 1998. Globalização e Interdisciplinaridade: o currículo integrado. Artmed, Porto Alegre.
Sommerman A 2006. Inter ou Transdisciplinaridade? Da fragmentação disciplinar ao novo diálogo entre os saberes. Paulus, São Paulo - Brasil.
Sommerman A 2012. A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade como novas formas de conhecimento para a articulação de saberes no contexto da ciência e do conhecimento em geral: contribuição para os campos da Educação, da Saúde e do Meio Ambiente. (Tese de doutorado). Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil.
Souza MML, Amaral LC, Ribeiro MEM, Paula AC & Ramos MG 2015. As perguntas dos alunos como norteadoras da organização curricular interdisciplinar em ciências. In P Membiela, N Casado & MI Cebreiros (eds). Presente y futuro de la enseñanza de las ciencias. Educación Editora, Vigo - Espanha, p. 221-225.
Specht CC, Ribeiro MEM & Ramos MG 2015. A importância da pergunta dos aprendentes no ensino e na aprendizagem em Ciências. In Anais do X Encontro Nacional de Pesquisadores em Educação em Ciências. Abrapec, São Paulo.
Thomaz E, Amaral LC & Ramos MG 2015. As perguntas dos estudantes: uma possibilidade de identificar a transição do conhecimento cotidiano para o científico. In Anais do X Encontro Nacional de Pesquisadores em Educação em Ciências, Águas de Lindóia, São Paulo, Brasil.
Tort RM, Márquez C & Sanmartí N 2013. Las preguntas de los alumnos: una propuesta de análisis. Enseñanza de las ciencias: Revista de investigación y experiencias didácticas, 31(1):95-114.
Zabala A 2002. A prática educativa: como ensinar. ArtMed, Porto Alegre - Brasil.
Bargalló MC & Tort RM 2005. Plantear preguntas: un punto de partida para aprender ciencias. Revista Educación y Pedagogía, 18(45):61-71.
Bicudo MAV 2011. Pesquisa qualitativa segundo a visão fenomenológica. Cortez, São Paulo.
Camargo ANB 2013. A influência da pergunta do aluno na aprendizagem: o questionamento na sala de aula de química e o educar pela pesquisa. PUCRS, Porto Alegre. Disponível em: http://hdl.handle.net/10923/7400.
Carvalho JGN & Ramos MG 2015. As perguntas dos estudantes sobre reações químicas e os livros didáticos: uma análise comparativa e compreensiva. In P Membiela, N Casado & MI Cebreiros (eds). Presente y futuro de la enseñanza de las ciencias. Educación Editora, Vigo - Espanha, p. 351-355.
Fazenda I (org) 2013. O que é interdisciplinaridade? Editora Cortez, São Paulo.
Freire P & Faundez A 1985. Por uma pedagogia da pergunta. Paz e Terra, Rio de Janeiro.
Freschi M & Ramos MG 2009. Unidade de aprendizagem: um processo em construção que possibilita o trânsito entre senso comum e conhecimento científico. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, 8(1):156-170.
Galle LAV 2016. Estudo sobre reconstrução significativa de conteúdos no ensino fundamental por meio de unidade de aprendizagem sobre alimentos. PUCRS, Porto Alegre. Disponível em: http://tede2.pucrs.br/tede2/ handle/tede/7079.
Galle LAV, Carvalho JGN, Ribeiro MEM, Ramos MG 2015. A pergunta na aprendizagem em Química: identificação de falhas conceituais na linguagem dos estudantes. In Anais do X Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Águas de Lindóia, São Paulo, Brasil.
Galle LAV, Pauletti F & Ramos MG 2016. Pesquisa em sala de aula: os interesses dos estudantes manifestados por meio de perguntas sobre a queima da vela. Acta Scientiae, 18(2):498-516.
Gibbons M 1997. La nueva producción del conocimiento: la dinámica de la ciencia y la investigación en las sociedades contemporáneas. Pomares-Corredor, Barcelona.
Giordan A & Vecchi G 1996. As origens do saber: das concepções dos aprendentes aos conceitos científicos. Artes Médicas, Porto Alegre - Brasil.
Lima VMR & Ramos MG 2017. Percepções de interdisciplinaridade de professores de Ciências e Matemática. Revista Lusófona de Educação, 36(1):166-177.
Lipman M 2014. Pensamiento complejo y educación. Ediciones de La Torre, Madrid.
Mariotti H 2007. Complexidade e pensamento complexo: breve introdução e desafios actuais. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, 23(6):727-731.
Mariotti H 2007. Pensamento Complexo: suas aplicações à liderança, à aprendizagem e ao desenvolvimento sustentável. Atlas, São Paulo.
Maturana HR & Varela F 1995. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento humano. Psy II, Campinas – São Paulo.
Moraes R & Galiazzi MC 2011. Análise textual discursiva. Editora Unijuí, Ijuí - Brasil.
Moraes R, Galiazzi MC & Ramos MG 2012. Pesquisa em sala de aula: fundamentos e pressupostos. In R Moraes & VMR Lima (eds.). Pesquisa em sala de aula: tendências para a educação em novos tempos. Edipucrs, Porto Alegre - Brasil, p. 11-20.
Morin E 2015. Introdução ao pensamento complexo. Sulina, Porto Alegre - Brasil.
Pombo O 2013. Epistemologia de la interdisciplinaridad: la construcción de un nuevo modelo de comprensión. Interdisciplina I, 1(1):21-50.
Ramos MG 2008. A problematização necessária no ensino de Ciências e o livro didático. In RMR Borges, NRS Basso & JB Rocha Filho (eds). Propostas interativas na educação científica e tecnológica. Edipucrs, Porto Alegre – Brasil, p. 61-76.
Santomé JT 1998. Globalização e Interdisciplinaridade: o currículo integrado. Artmed, Porto Alegre.
Sommerman A 2006. Inter ou Transdisciplinaridade? Da fragmentação disciplinar ao novo diálogo entre os saberes. Paulus, São Paulo - Brasil.
Sommerman A 2012. A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade como novas formas de conhecimento para a articulação de saberes no contexto da ciência e do conhecimento em geral: contribuição para os campos da Educação, da Saúde e do Meio Ambiente. (Tese de doutorado). Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil.
Souza MML, Amaral LC, Ribeiro MEM, Paula AC & Ramos MG 2015. As perguntas dos alunos como norteadoras da organização curricular interdisciplinar em ciências. In P Membiela, N Casado & MI Cebreiros (eds). Presente y futuro de la enseñanza de las ciencias. Educación Editora, Vigo - Espanha, p. 221-225.
Specht CC, Ribeiro MEM & Ramos MG 2015. A importância da pergunta dos aprendentes no ensino e na aprendizagem em Ciências. In Anais do X Encontro Nacional de Pesquisadores em Educação em Ciências. Abrapec, São Paulo.
Thomaz E, Amaral LC & Ramos MG 2015. As perguntas dos estudantes: uma possibilidade de identificar a transição do conhecimento cotidiano para o científico. In Anais do X Encontro Nacional de Pesquisadores em Educação em Ciências, Águas de Lindóia, São Paulo, Brasil.
Tort RM, Márquez C & Sanmartí N 2013. Las preguntas de los alumnos: una propuesta de análisis. Enseñanza de las ciencias: Revista de investigación y experiencias didácticas, 31(1):95-114.
Zabala A 2002. A prática educativa: como ensinar. ArtMed, Porto Alegre - Brasil.
Downloads
Publicado
2017-12-31
Como Citar
RAMOS, Maurivan Güntzel; THOMAZ, Estrella Marlene. A Interdisciplinaridade nas Perguntas de Ciências de Estudantes do Ensino Fundamental: Contribuições da Análise Textual Discursiva. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 6, n. 4, p. 32–48, 2017. DOI: 10.21664/2238-8869.2017v6i4.p32-48. Disponível em: https://revistas.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/2666. Acesso em: 23 nov. 2024.
Edição
Seção
Edição Especial - Investigação Qualitativa: Permeabilidade entre as Ciências Sociais e Humanas
Licença
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A partir da publicação realizada na revista os autores possuem copyright e direitos de publicação de seus artigos sem restrições.
A Revista Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science segue os preceitos legais da licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.