Colonização, Saúde e Religião: A medicina pioneira e o poder simbólico da moral social na Colônia Agrícola Nacional de Goiás - CANG (1941-1959)
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2015v4i1.p85-109Resumo
Esse artigo procura identificar a prática médica protestante e sua influência na constituição do espaço social na Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), criada pelo governo federal em 1941. No final da década de 1930 no Brasil, o governo federal instaurou uma política de colonização do interior do país no movimento conhecido como “Marcha para o Oeste”. Essa política visava favorecer a migração interna e a ocupação territorial de áreas de baixa densidade populacional no Brasil. As políticas médicas adotadas na CANG tiveram como elemento característico a predominância de médicos protestantes, cujo suporte inicial foi dado pelo médico missionário inglês James Fanstone, diretor do Hospital Evangélico Goiano em Anápolis. Assim, além do enfoque biográfico dos médicos pioneiros, esse trabalho tem por objetivo identificar a influência da “medicina pioneira”, não apenas na prática médica, mas também na constituição simbólica da CANG. Para tanto, a base documental privilegiará os relatórios, relatos memorialistas, entrevistas e outros registros documentais que permitam identificar as formas de combate às doenças tropicais no sertão goiano na primeira metade do século XX, e o papel do saber médico como capital social na construção do poder simbólico da CANG. Nossa intenção é apresentar a relação entre migração, colonização e as práticas médicas no Oeste do Brasil, tendo como elemento articulador a história da saúde e a medicina tropical.
Palavras chave: Migração; Colonização; Poder Simbólico; Goiás; História da Saúde.
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