Compressão nervosa por extrusão de hérnia com evolução cirúrgica em adolescente: um relato de caso

Resumo

• A hérnia de disco lombar é uma condição em que o núcleo pulposo se desloca além dos limites anatômicos do disco intervertebral, podendo causar compressão de estruturas neurais e consequências clínicas importantes, como dor intensa, limitação funcional e redução da qualidade de vida. Apesar de ser mais comum em adultos jovens, sua ocorrência na adolescência é rara e constitui um desafio tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento. Neste contexto, o objetivo é relatar um caso clínico de uma paciente de 15 anos, moradora de Anápolis-Goiás, Brasil, que desenvolveu um quadro súbito de dor lombar intensa irradiada para o membro inferior esquerdo, sem qualquer histórico de trauma, resultando em limitação significativa de suas atividades diárias e impedimento de frequentar a escola. O exame físico inicial revelou teste de Lasèguepositivo, e a ressonância magnética confirmou extrusão do disco em L5-S1 com compressão do nervo isquiático. A paciente passou por tratamento conservador intensivo durante 90 dias, incluindo fisioterapia e diferentes esquemas medicamentosos, porém não apresentou melhora clínica e evoluiu com sintomas de neuropatia periférica. Devido à resistência ao tratamento e à progressão do comprometimento neurológico, indicou-se a realização de discectomia lombar endoscópica, procedimento realizado sem intercorrências. A paciente apresentou recuperação rápida, caminhando poucas horas após o procedimento e permanecendo sem sintomas no período pós-operatório. Este relato destaca a relevância do diagnóstico precoce da hérnia de disco em adolescentes com dor lombar incapacitante, considerando-se que, embora rara, a condição pode levar a déficits neurológicos caso não seja tratada adequadamente, além de reforçar a discectomia endoscópica como alternativa terapêutica eficaz e segura diante da falha do tratamento conservador, favorecendo rápida reabilitação e retorno à rotina, aspecto especialmente importante em pacientes jovens em fase escolar¹.