Espondilite anquilosante em paciente HLA-B27 não reagente: relato de caso
Palavras-chave:
Espondilite Anquilosante, Antígeno HLA-B27, JovensResumo
A espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crônica do espectro das espondiloartrites, caracterizada por dor lombar inflamatória, rigidez matinal e progressão para fusão das articulações sacroilíacas e da coluna vertebral. Embora frequentemente associada ao antígeno HLA-B27, sua ausência não exclui o diagnóstico. O presente estudo tem por objetivo central relatar um caso de espondilite anquilosante em paciente HLA-B27 não reagente. Paciente sexo feminino, 20 anos, HLA-B27 não reagente, com quadro de dor lombar inflamatória há um ano, rigidez matinal de 40 minutos e episódios recorrentes de edema no joelho esquerdo. Exames laboratoriais evidenciaram elevação discreta de PCR e VHS, enquanto a ressonância magnética das sacroilíacas revelou erosões e edema ósseo subcondral compatíveis com artropatia inflamatória. A avaliação da atividade da doença pelo BASDAI (6,4) e ASDAS (3,7) indicou alta atividade inflamatória. O diagnóstico foi estabelecido com base nos critérios ASAS, destacando a relevância da avaliação clínica e de imagem em pacientes HLA-B27 negativos. O manejo incluiu AINEs, sulfassalazina, fisioterapia especializada e, devido à persistência dos sintomas e alta atividade da doença, terapia biológica com golimumabe. O caso ressalta a importância de abordagens diagnósticas amplas na EA, especialmente em mulheres e pacientes HLA-B27 negativos, considerando a heterogeneidade clínica e os fatores imunogenéticos alternativos, como polimorfismos em genes imunorreguladores e vias inflamatórias mediadas por TNF-α e IL-17. Além disso, evidencia o papel crucial da ressonância magnética na detecção precoce da sacroileíte e na orientação terapêutica, prevenindo atrasos no diagnóstico que poderiam comprometer a qualidade de vida e o prognóstico funcional. Este relato contribui para a compreensão das formas atípicas da EA, reforçando a necessidade de abordagem individualizada, precocidade no diagnóstico e integração entre achados clínicos, laboratoriais e de imagem para um manejo eficaz da doença.