Comunicação interatrial congênita após acidente vascular encefálico isquêmico (AVEI) em paciente jovem: um relato de caso
Palavras-chave:
AVC isquêmico, Comunicação interatrial, Cardiopatia congênita, JovemResumo
O acidente vascular encefálico isquêmico (AVEI) é uma importante causa de morbimortalidade, inclusive entre indivíduos jovens, nos quais etiologias incomuns, como anomalias cardíacas congênitas, devem ser consideradas. Esse estudo tem o objetivo de relatar o caso de uma paciente jovem de 19 anos portadora de comunicação interatrial congênita diagnosticada após episódio de acidente vascular encefálico isquêmico, destacando a relevância da correlação clínico-cardiológica para o diagnóstico etiológico e a importância do reconhecimento precoce dessas condições, que podem ter implicações diretas na prevenção secundária de novos eventos. Este relato, portanto, descreve o caso de uma paciente previamente hígida, que apresentou quadro súbito de cefaleia intensa e déficit neurológico focal, sendo diagnosticada com AVEI decorrente de comunicação interatrial (CIA) congênita. O diagnóstico foi confirmado por ecocardiograma transesofágico após exclusão de outras causas, e o tratamento incluiu trombectomia mecânica emergencial e posterior fechamento percutâneo da CIA. A paciente evoluiu sem sequelas neurológicas, com recuperação completa. O caso ressalta a importância da investigação cardiológica em pacientes jovens com AVE criptogênico e evidencia o impacto do diagnóstico precoce e do manejo interdisciplinar na prevenção de recorrências e na obtenção de desfechos favoráveis.
Referências
BARTHELS, Derek. et al. Current advances in ischemic stroke research and therapies. Biochimica Et Biophysica Acta (Bba) - Molecular Basis of Disease, v. 1866, n. 4, p. 165-260, 2020.
NEDELTCHEV, K. et al. Ischaemic stroke in young adults: predictors of outcome and recurrence. Journal of neurology, neurosurgery, and psychiatry, v. 76, n. 2, p. 191–195, 2005.
NEGRÃO, Edson. et al. Alterações do septo interatrial e acidente vascular cerebral isquêmico em adultos jovens. Arq Neuropsiquiat, v. 63, n. 4, p. 1047-1053, 2005.
OVERELL, J. R., BONE, I., & LEES, K. R. Interatrial septal abnormalities and stroke: a meta-analysis of case-control studies. Neurology, v. 55, n. 8, p. 1172–1179, 2000.
MANDALENAKIS, Zacharias. et al. “Ischemic Stroke in Children and Young Adults with Congenital Heart Disease.” Journal of the American Heart Association, vol. 5, n. 2, 2016.
ZÉTOLA, Viviane. et al. Acidente Vascular Cerebral em Pacientes Jovens: análise de 164 casos. Arq Neuropsiquiatr, v. 59, n. 3, p. 740-745, 2001.
RIVERA, Ivan. Acidente Cerebrovascular Isquêmico em Adultos com Cardiopatia Congênita: Um Estudo de Coorte Populacional. Revista Norte Nordeste de Cardiologia, v. 9, n. 4, p. 20-21, 2019.
KAMEL, Hooman. et al. Cardioembolic Stroke. Circulation Research, v. 120, n. 3, p. 514-526, 2017.
KLEINDORFER, Dawn O. et al. Guideline for the Prevention of Stroke in Patients with Stroke and Transient Ischemic Attack: a guideline from the american heart association/american stroke association. Stroke, v. 52, n. 7, p. 1-52, 2021.
PEDERSEN, Mette. et al. Ischemic Stroke in Adults with Congenital Heart Disease: a population: based cohort study. Journal of The American Heart Association, v. 8, n. 15, p. 20-21, 2019.