Água contaminada e saúde indígena: metais pesados e agrotóxicos no Brasil

Autores

  • Isabela Rodrigues Chaveiro Queiroz da Silva UniEvangélica
  • Fernanda Fernandes Nogueira
  • Sâmer Raul Helou Santos Al-Afiune Ibrahim Georgeos
  • Gabriela Queiroz Reis e Silva
  • Eduardo Prado Rosa Basílio
  • Arthur Moreira Moraes de Melo
  • Ricardo Elias do Vale Lima

Palavras-chave:

povos indígenas;, metais pesados, contaminação hídrica, agrotóxicos, saúde indígena

Resumo

A revisão integrativa apresenta um aumento da contaminação das águas brasileiras por metais pesados e agrotóxicos, acelerada principalmente pela mineração ilegal de ouro e pelo uso agrícola intensivo. Esses fatores afetam diretamente povos indígenas, que subsistência e bem-estar dependem dos recursos naturais, resultando em impactos como alterações renais, hepáticas, neurológicas, riscos alimentares, doenças tóxicas e infecciosas, além de anemia. O objetivo do estudo foi reunir e analisar evidências científicas sobre como a contaminação hídrica por metais pesados e agrotóxicos afeta a saúde das populações indígenas no Brasil, identificando mecanismos de exposição, causas e consequências sanitárias e ambientais. A metodologia seguiu as etapas da revisão integrativa, utilizando a estratégia PICo adaptada, estabelecendo a questão norteadora: “Como a exposição a metais pesados e agrotóxicos na água afeta a saúde de povos indígenas no Brasil?”. A busca foi realizada em outubro de 2025 na base PubMed, utilizando descritores MeSH e DeCS. Dos 30.581 artigos identificados, 12 atenderam aos critérios de inclusão (estudos originais publicados entre 2019 e 2025, com foco em populações indígenas e exposição hídrica tóxica). Os resultados foram organizados em três categorias. A primeira, exposição hídrica, confirmou contaminação por metais como mercúrio, cádmio, arsênico, alumínio e ferro, além da presença frequente de diversos agrotóxicos na água, sedimentos e alimentos, associada ao garimpo e ao uso agrícola. A segunda, desfechos clínicos, identificou níveis elevados de mercúrio em sangue e cabelo, prejuízos neurológicos, redução do QI infantil, anemia, desnutrição, alterações renais e hepáticas, além de modulação genética da susceptibilidade. A terceira, determinantes territoriais, destacou o papel do garimpo, da pulverização agrícola, da falta de água tratada e das lacunas regulatórias. Conclui-se que os povos indígenas enfrentam injustiça ambiental e vulnerabilidade sanitária. A combinação de contaminação química, desigualdade social e insuficiência de políticas públicas exige ações urgentes e integradas, que incluam monitoramento ambiental, vigilância em saúde, proteção territorial e acesso a água segura.

Isabela Rodrigues Chaveiro Queiroz da Silva¹; ⁠Fernanda Fernandes Nogueira¹; ⁠Sâmer Raul Helou Santos Al-AfiuneIbrahim Georgeos¹; ⁠Gabriela Queiroz Reis e Silva¹; ⁠Eduardo Prado Rosa Basílio¹; ⁠Arthur Moreira Moraes de Melo¹;

Orientador: Ricardo Elias do Vale Lima²

 

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Publicado

2025-12-15

Edição

Seção

RESUMOS - Educação em Saúde