Educar para a equidade - reflexões sobre a educação interprofissional e as desigualdades de gênero em saúde: revisão integrativa
Palavras-chave:
Saúde, Educação, Inequidades, ProfissionaisResumo
As iniquidades de gênero no ambiente de trabalho em saúde permanecem como uma questão estrutural e multifatorial que impactam diretamente no bem-estar e na saúde mental dos profissionais da saúde além da qualidade da assistência prestada aos usuários dos serviços. Nesse cenário, a educação interprofissional em saúde (EIP) desponta como uma estratégia relevante para enfrentar essas desigualdades, ao promover a aprendizagem colaborativa, o respeito entre as diferentes categorias profissionais e a valorização equitativa dos saberes. O presente estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados PubMed e Scientific Electronic Library Online (SciELO), com o objetivo de explorar as estratégias de educação interprofissional em saúde que têm capacidade de alterar as iniquidades de gênero no ambiente de trabalho em saúde. Foram incluídos 20 artigos publicados entre 2019 e 2025, analisados quanto aos métodos, contextos e resultados apresentados. As evidências apontam que a EIP contribui para a redução das hierarquias institucionais, melhora da comunicação e cooperação entre equipes multiprofissionais, além de favorecer a conscientização sobre as desigualdades de gênero e a promoção de ambientes de trabalho mais saudáveis, justos e colaborativos. Apesar das limitações quanto à escassez de estudos que abordem a EIP como foco central, conclui-se que a inserção da perspectiva de gênero nas ações de educação permanente e nas políticas de gestão em saúde é fundamental para o avanço da equidade, da valorização profissional e do bem-estar das equipes de saúde.