Os desafios para a detecção de cânceres de alta pervalência: uma mini revisão integrativa

Resumo

RESUMO: O rastreamento para detecção precoce de cânceres de elevada predominância, como os de colo de útero e de próstata, é reconhecido como estratégia essencial para redução de mortalidade e melhora do prognóstico. No entanto, ainda enfrenta barreiras estruturais, sociais e psicológicas que interferem na adesão populacional aos exames preventivos. Estudos recentes demonstram que, apesar dos avanços tecnológicos no diagnóstico, persistem desigualdades no acesso, desconhecimento sobre o rastreamento e resistência decorrente de medo, estigma ou desconforto associado aos procedimentos. O objetivo desta mini revisão integrativa foi identificar as estratégias de investigação mais eficazes para detecção precoce desses cânceres e os principais fatores que impactam sua adesão e efetividade. Foram selecionados oito artigos científicos publicados entre 2020 e 2024, a partir da base PubMed, utilizando os descritores “câncer de colo de útero”, “câncer de próstata” e “detecção precoce de câncer”, combinados com o operador booleano AND. Foram incluídos estudos disponíveis na íntegra, em inglês ou português, e alinhados ao tema. Os achados mostram que o teste de HPV apresenta maior sensibilidade que o exame citológico convencional, e que o uso de PSA associado à ressonância magnética reduz exames desnecessários sem comprometer a detecção de tumores relevantes. Entretanto, fatores como baixa escolaridade, renda limitada, falta de informação, além de barreiras emocionais, reduzem a participação nos programas de rastreamento, afetando sua efetividade em saúde pública. Conclui-se que a eficiência dos exames não garante impacto populacional se não houver ações integradas de educação em saúde, redução de desigualdades, qualificação de serviços e acolhimento psicológico. O rastreamento apenas cumpre seu papel quando aliado a políticas públicas que ampliem o acesso, adesão e equidade.