Efeitos do aficanteno na cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva: uma mini revisão
Resumo
RESUMO
Introdução: A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença caracterizada pelo espessamento anormal do músculo cardíaco, que pode comprometer a função de ejeção e o fluxo sanguíneo do ventrículo esquerdo. Tendo em vista os avanços recentes no manejo dessa condição, foi desenvolvido um novo modulador seletivo da miosina cardíaca, o aficanteno, com o objetivo de reduzir a obstrução ventricular e melhorar a função diastólica. Objetivo: revisar a literatura sobre avaliar os efeitos do aficanteno sobre a função cardiovascular de pacientes com cardiomiopatia hipertrófica, especialmente em relação à fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e ao gradiente de via de saída do ventrículo esquerdo (GVSVE). Métodos: A metodologia seguiu o modelo PICO, sendo definidos: P (População) – pacientes com cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva; I (Intervenção) – uso do aficanteno; C (Comparação) – grupo controle ou uso de placebo; e O (Desfecho) – parâmetros ecocardiográficos. A busca foi realizada na base PubMed, utilizando os descritores “Hypertrophic Cardiomyopathy”, “Aficamten” e “Echocardiography”, com critérios de inclusão que contemplaram ensaios clínicos randomizados publicados entre 2020 e 2025, nos idiomas português e inglês. Resultados: Após triagem de 396 artigos, cinco estudos foram selecionados para análise, considerando variáveis como fração de ejeção, gradiente de pressão e função diastólica. Os resultados demonstraram redução média da FEVE entre 4% e 5%, de forma reversível e segura, e queda significativa dos gradientes de GVSVE, em média entre 40 e 50 mmHg, acompanhada de melhora da função diastólica e da tolerância ao exercício. Conclusão: o aficanteno representa um avanço terapêutico seguro e eficaz no tratamento da cardiomiopatia hipertrófica, com melhora clínica, funcional e hemodinâmica, além de perfil de segurança superior aos fármacos anteriores, configurando-se como uma alternativa promissora para o manejo dessa doença.
Referências
REFERÊNCIAS
¹MASRI, Ahmad et al. Safety and efficacy of aficamten in patients with non‐obstructive hypertrophic cardiomyopa-thy: a 36‐week analysis from FOREST‐HCM. European Journal of Heart Failure, v. 26, p. 1993–1998, 2024. DOI: 10.1002/ejhf.3372. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38493833/. Acessado em: 03 de setembro de 2025.
²MASRI, Ahmad et al. Efficacy and safety of aficamten in symptomatic nonobstructive hypertrophic cardiomyopathy: results from the REDWOOD‐HCM Trial, Cohort 4. Journal of Cardiac Failure, v. 30, n. 11, p. 1439–1448, 2024. DOI: 10.1016/j.cardfail.2024.02.020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38493832/. Acessado em: 03 de setembro de 2025.
³DAVIS, Bryton J. et al. Safety and efficacy of mavacamten and aficamten in patients with hypertrophic cardiomyopa-thy. Journal of the American Heart Association, v. 14, e038758, 2025. DOI: 10.1161/JAHA.124.038758. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39960425/. Acessado em: 03 de setembro de 2025.
⁴HEGDE, Sheila M. et al. Impact of aficamten on echocardiographic cardiac structure and function in symptomatic obstructive hypertrophic cardiomyopathy. Journal of the American College of Cardiology, v. 84, n. 19, p. 1789–1802, 2024. DOI: 10.1016/j.jacc.2024.08.002. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38617894/. Acessado em: 03 de setembro de 2025.
⁵COATS, Caroline J. et al. Dosing and safety profile of aficamten in symptomatic obstructive hypertrophic cardiomyo-pathy: results from SEQUOIA‐HCM. Journal of the American Heart Association, v. 13, e035993, 2024. DOI: 10.1161/JAHA.124.035993. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38278233/. Acessado em: 03 de setembro de 2025.
⁶DUNGU, Jason N. et al. Hypertrophic cardiomyopathy. Current Heart Failure Reports, v. 21, p. 428–438, 2024. DOI: 10.1007/s11897-024-00654-0. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39009427/. Acessado em: 03 de setembro de 2025.
⁷ABBASI, Muhannad et al. Obstruction in hypertrophic cardiomyopathy: many faces. Journal of the American Socie-ty of Echocardiography, v. 37, p. 613–625, 2024. DOI: 10.1016/j.echo.2024.02.010. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39243891/. Acessado em: 03 de setembro de 2025.
⁸ARGIRÒ, Alessia et al. Hypertrophic cardiomyopathy. Nature Reviews Disease Primers, v. 11, n. 58, 2025. DOI: 10.1038/s41572-025-00643-0. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39720438/. Acessado em: 03 de setembro de 2025.
⁹MARON, Barry J. et al. Diagnosis and evaluation of hypertrophic cardiomyopathy. Journal of the American College of Cardiology, v. 79, n. 4, p. 372–389, 2022. DOI: 10.1016/j.jacc.2021.12.002. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38137358/. Acessado em: 03 de setembro de 2025.
¹⁰MARON, Barry J. et al. Management of hypertrophic cardiomyopathy. Journal of the American College of Cardiol-ogy, v. 79, n. 4, p. 390–414, 2022. DOI: 10.1016/j.jacc.2021.11.021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38507931/. Acessado em: 03 de setembro de 2025.