Impacto do estado nutricional materno nos desfechos neonatais: uma mini revisão de literatura

Resumo

A nutrição materna exerce papel essencial na organogênese, no crescimento fetal e na saúde metabólica do recém-nascido. Evidências recentes demonstram que o estado nutricional pré-concepcional e o padrão alimentar durante a gestação influenciam diretamente desfechos neonatais. Esta mini revisão integrativa teve como objetivo sintetizar estudos publicados entre 2020 e 2025 que avaliaram a relação entre o estado nutricional materno e os principais desfechos perinatais. A busca foi realizada na base PubMed Central (PMC) utilizando descritores em português e inglês, resultando em cinco artigos originais incluídos. Os estudos apontam que o ganho de peso gestacional (GPG) inadequado – tanto abaixo quanto acima das recomendações – associa-se a maior risco de baixo peso ao nascer, prematuridade, restrição de crescimento intrauterino e macrossomia. Além disso, dietas equilibradas, compostas por frutas, verduras, legumes, grãos integrais e gorduras insaturadas, demonstraram efeito protetor contra diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e complicações metabólicas. Em contrapartida, o consumo elevado de alimentos ultraprocessados e a obesidade pré-gestacional aumentam a probabilidade de desfechos adversos. A suplementação de micronutrientes, especialmente ferro, ácido fólico e cálcio, foi apontada como estratégia eficaz para reduzir deficiências e riscos gestacionais. Em síntese, os resultados gerais indicam que o monitoramento do peso e a orientação nutricional individualizada devem integrar o cuidado pré-natal, promovendo um desenvolvimento fetal saudável e prevenindo intercorrências. Conclui-se que o estado nutricional materno e o ambiente alimentar exercem influência decisiva sobre a saúde neonatal, sendo fundamentais políticas públicas que favoreçam o acesso a alimentos saudáveis, a equidade no cuidado e a implementação de estratégias preventivas baseadas em evidências