O papel da Atenção Primária à saúde na detecção de transtornos mentais no puerpério: uma mini revisão integrativa

Resumo

Os transtornos mentais no período perinatal, especialmente no puerpério, constituem um relevante problema de saúde pública, pois interferem não apenas na saúde emocional da mulher, mas também no vínculo afetivo com o bebê, na amamentação e no desenvolvimento infantil. A depressão pós-parto é o quadro mais frequentemente identificado nesse contexto, embora muitas vezes permaneça sem diagnóstico devido ao estigma, à falta de triagem adequada e à dificuldade das puérperas em expressar sofrimento emocional. Considerando esse cenário, esta mini revisão integrativa buscou compreender como a Atenção Primária à Saúde pode identificar precocemente sinais de transtornos mentais no puerpério, reconhecendo seu papel como primeiro ponto de contato e acompanhamento contínuo da mulher. Para isso, foram examinados estudos encontrados nas bases PubMed Central (PMC) e SciELO, utilizando descritores relacionados ao puerpério, saúde mental e atenção primária. Após a seleção, cinco estudos foram utilizados na análise final. Os resultados evidenciaram que as consultas de puericultura, o acompanhamento do bebê e as visitas domiciliares são momentos estratégicos para o rastreamento de sintomas depressivos e ansiosos. Além disso, destacou-se a eficácia de instrumentos breves, como a Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo (EPDS) e o PHQ-2, na detecção precoce dessas condições. Conclui-se que a capacitação das equipes da Atenção Primária, o acolhimento sensível e a articulação com serviços de saúde mental são fundamentais para garantir diagnóstico oportuno, intervenção adequada e promoção da saúde integral da mulher no pós-parto.