Variações regionais na incidência e na mortalidade por sífilis congênita no Brasil: uma análise epidemiológica
Resumo
A sífilis congênita, decorrente da transmissão vertical do Treponema palli dum, constitui um desafio persistente para a saúde pública brasileira, embora seja uma condição evitável por meio do diagnóstico precoce e do tratamento adequado durante
o pré-natal. A manutenção de casos e óbitos relacionados à doença evidencia a necessidade de compreender os fatores envolvidos em sua ocorrência e distribuição no país. Este estudo tem como objetivo analisar a incidência e a mortalidade por sífilis congênita no Brasil entre 2015 e 2025, investigando possíveis variações regionais e fatores associados, como cobertura do pré-natal, características sociodemográficas maternas e acesso aos serviços de saúde. Trata-se de um estudo ecológico, baseado em dados secundários obtidos dos sistemas de informação do DATASUS — incluindo SINAN, SINASC, SIM e SIA/SUS — e de indicadores complementares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Serão analisadas variáveis como idade materna, raça/cor, escolaridade, número de consultas de pré-natal, testagem e tratamento da gestante e do parceiro, além da região geográfica de residência. A análise estatística será conduzida em três etapas: descritiva, comparativa e inferencial, utilizando os softwares R e Stata. Estão previstos testes como qui-quadrado de Pearson, Kruskal-Wallis e regressão logística bivariada e multivariada, com apresentação de oddsratios brutos e ajustados e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Espera-se identificar padrões geográficos e sociodemográficos associados à sífilis congênita, destacando regiões com maior vulnerabilidade. Os resultados podem subsidiar políticas públicas direcionadas, como ampliação do pré-natal qualificado e capacitação de profissionais, visando reduzir desigualdades e melhorar os desfechos materno-infantis.