Diabetes Mellitus Gestacional e Seus Reflexos no Desenvolvimento Fetal: uma mini revisão de literatura
Palavras-chave:
Diabetes Mellitus. Grávidas. Desenvolvimento Fetal.Resumo
O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é uma condição que afeta significativamente a saúde materno-fetal, estando associado a uma série de complicações metabólicas, cardíacas e neurológicas para o feto. Com a crescente prevalência do DMG, compreender seus impactos sobre o desenvolvimento fetal e as possíveis estratégias de mitigação tornou-se uma prioridade para a prática clínica e a pesquisa. Nesse contexto, a presente mini revisão integrativa tem como objetivo analisar as principais consequências do
DMG não controlado sobre o feto, além de discutir intervenções que possam minimizar
esses efeitos e as perspectivas de alterações metabólicas a longo prazo. A metodologia
empregada foi uma mini revisão integrativa de literatura, com base em artigos selecionados da base de dados PubMed, utilizando os descritores “Feto”, “Diabetes Mellitus”,
“Grávidas” e “Desenvolvimento Fetal”, com operadores booleanos AND e NOT. Dos 185
artigos encontrados, 5 foram selecionados com base em critérios de inclusão e relevância
para o tema. Os resultados evidenciam que o DMG, quando não tratado de forma adequada, pode gerar complicações como macrossomia, cardiomiopatia e alterações metabólicas e neurológicas nos fetos. O controle glicêmico baseado na circunferência abdominal fetal pode reduzir significativamente a macrossomia e a necessidade de insulina. É importante manter o controle da glicemia e lipídios, principalmente no terceiro trimestre.
Ocorre alterações cardíacas relevantes em neonatos de mães com DMG. Mesmo com tratamento dietético, não houve melhora significativa nas respostas cerebrais fetais. Adicionalmente, a discussão aborda o papel de adipocinas como Pref-1 e Spexin, que estão associadas à resistência à insulina e regulação metabólica. Alterações epigenéticas induzidas
pela hiperglicemia materna também foram observadas, influenciando a programação metabólica fetal. Por fim, a revisão conclui que, embora o controle glicêmico reduza riscos
imediatos, os efeitos de longo prazo no metabolismo e desenvolvimento neurológico dos
fetos ainda requerem mais estudos aprofundados.
Referências
MANUELA FERNÁNDEZ-LÓPEZ. et al. Flexible treatment of gestational diabetes mellitus adjusted according to intrauterine fetal growth versus treatment according to strict maternal glycemic parameters:
a randomized clinical trial. BMJ Open Diabetes Research & Care, v. 10, n. 6, p. e002915, dez. 2022.
JI JING. et al. The associations of ferritin, serum lipid and plasma glucose levels across pregnancy in
women with gestational diabetes mellitus and newborn birth weight. BMC pregnancy and childbirth, v.
, n. 1, p. 478, 2023.
MARIA AUGUSTA BOGO. et al. Cardiomyopathy and cardiac function in fetuses and newborns of diabetic mothers. Jornal de Pediatria, v. 97, p. 520–524, 11 out. 2021.
FRANZISKA SCHLEGER. et al. No Effect of Lifestyle Intervention during Third Trimester on Brain Programming in Fetuses of Mothers with Gestational Diabetes. Nutrients, v. 13, n. 2, p. 556, ago. 2021.5. MONIKA KOLSKA.; JUSTYNA AGIER.; ELIZBIETA KOZŁOWSKA. Evaluation of preadipocyte factor-1
(Pref-1) level in cord blood of newborns born by mothers with gestational diabetes mellitus (GDM). BMC
pregnancy and childbirth, v. 24, n. 1, p. 313, 2024.
EZEKIEL MUSA. et al. Obesity and gestational diabetes independently and collectively induce specific
effects on placental structure, inflammation and endocrine function in a cohort of South African women.
The Journal of Physiology, v. 601, n. 7, 27 fev. 2023.
B BAYRAKTAR. et al. Does detection of a large for gestational age (LGA) fetus in fetal anomaly scan
(FAS) require an early oral glucose screening test (OGTT) and can LGA fetus be detected at birth? European review for medical and pharmacological sciences, v. 27, n. 4, p. 1391–1397, fev. 2023.