A possível relação entre anticoncepcionais hormonais com o risco de desenvolvimento de câncer de mama: uma revisão integrativa

Resumo

O câncer de mama é uma das principais causas de morte em mulheres em todo o mundo e pode estar associado aos hormônios sexuais femininos: estrogênio e progesterona. Nessa perspectiva, esta análise tem como objetivo avaliar as evidências científicas acerca da relação da neoplasia mamária com os anticoncepcionais, especialmente como os hormônios potencializam a proliferação celular anormal, a qual causa o câncer. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, cuja pesquisa utilizou os Descritores em Ciência e Saúde (DECS): “Breast cancer” (AND) “Hormonal contraception”, além de suas variações em português. Foram incluídos trabalhos em língua inglesa e portuguesa, publicados nos últimos sete anos nas plataformas Nacional Library of Medicine (NIH)- PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), disponíveis gratuitamente na íntegra e, ao total, foram usados 15 artigos e outros 2 trabalhos extras. A literatura demonstra que as mulheres que carregam um receptor hormonal positivo podem desenvolver o câncer de mama com mais facilidade caso sejam submetidas a um nível hormonal excedente, sendo os anticoncepcionais hormonais orais medicamentos responsáveis por expor as mulheres a esse risco. Ademais, o presente estudo também aponta a relevância de outros fatores para esse diagnóstico, como a composição hormonal do anticoncepcional, o tempo de uso e a idade da paciente. Em relação ao primeiro fator apresentado acima, o trabalho diferencia os impactos dos tipos de anticoncepcionais orais e, as evidências reunidas apontam um maior risco relacionado aos progestágenos do que às pílulas estrogênicas ou combinadas. Por outro lado, a revisão conta com a análise de artigos que discordam dessa relação entre a patologia e a medicação, os quais apontam mais a ligação da doença com fatores genéticos. Diante do exposto, concluiu-se que o excesso de hormônios artificiais contidos nos anticoncepcionais pode desencadear o desenvolvimento de neoplasia mamária, visto que, a proliferação desordenada de células aumenta as chances de mutações somáticas que dificultam a morte celular natural programada. Ainda sim, há lacunas na pesquisa atual, uma vez que a literatura ainda apresenta algumas divergências sobre este assunto, o que impede uma conclusão definitiva e torna imprescindível a realização de novas investigações.