Síndrome do coração partido no contexto da pandemia do novo coronavírus 2019

Autores

  • Vinícius Ribamar Gonçalves Moreira Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Ana Clara Hajjar Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Victoria Lima Florentino Alves Ferreira Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Isadora Afiune Thomé de Oliveira Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Humberto Graner Moreira Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

Cardiomiopatia de Takotsubo, Infecções por Coronavirus, Surto pelo Coronavírus 2019-nCoV

Resumo

RESUMO: A Síndrome do Coração Partido, também conhecida como Síndrome de
Takotsubo (ST) ou Balonamento Apical Transitório do Ventrículo Esquerdo é uma
cardiopatia induzida por estresse intenso, resultando numa disfunção do ventrículo
esquerdo (VE). Ela é caracterizada pela presença de movimentos discinéticos
transitórios da parede anterior do VE, com acentuação da cinética da base
ventricular. Devido à semelhança, a ST é, muitas vezes, confundida com o Infarto
Agudo do Miocárdio (IAM), apesar de apresentarem fisiopatologia e propedêutica
diferentes. Analisar a relação entre a ST e o contexto da pandemia do novo
coronavírus 2019 (COVID-19), associado aos fatores de risco. Trata-se de um estudo
descritivo, baseado numa revisão integrativa da literatura realizada nas bases de
dados Pubmed, Scielo e Lilacs. Os descritores em ciência da saúde utilizados foram:
“Síndrome do coração partido”; “Síndrome de Takotsubo”; “pandemia” e “SARSCov-2”, em português e em inglês, sendo selecionados estudos publicados entre 2008
e 2020. Foram obtidos 30 resultados, dos quais foram incluídos para análise aqueles
com maior rigor científico, obtendo-se 20 artigos. Após análise da literatura obtida,
foi identificado um estudo retrospectivo de coorte realizado em Ohio, nos Estados
Unidos, mostrando que houve um aumento de quase 5 vezes na incidência da ST
durante a pandemia de COVID-19, quando comparado com períodos anteriores. Na
Flórida, houve um relato de caso de ST, de uma paciente de 85 anos, relatando dor
torácica subesternal isolada, de início súbito, sem nenhum histórico médico anterior
ou fatores de risco cardíacos. Relatou estar extremamente estressada devido à atual
pandemia de COVID-19, entretanto, negou quaisquer sintomas e fatores de risco
relacionados à doença. Em outra oportunidade, na Itália, foi elaborado um relato de
caso, no qual uma paciente de 87 anos fora admitida com febre, fadiga e falta de ar. A
paciente evoluiu com um episódio de taquicardia e elevação de marcadores
miocárdicos. O eletrocardiograma mostrou ondas T negativas e alterações de
repolarização, e o ecocardiograma demonstrou alterações ventriculares. As
informações foram compatíveis com o diagnóstico da ST. Após terapia com
betabloqueadores e anticoagulantes, a paciente teve um desfecho positivo. No caso
em questão, a paciente experimentou descarga adrenérgica devido à febre e à
resposta inflamatória da infecção. Somando-se o dano endotelial, causado pela
infecção viral, pode ocorrer vasoconstrição microvascular, podendo causar disfunção
apical transitória do VE. A pandemia de COVID-19 tem causado um aumento do
número de casos de ST, principalmente devido ao estresse e à ansiedade causados
pela atual situação de saúde mundial, somados ao status inflamatório da doença e à
presença de fatores de risco para gravidade. Contudo, devido ao contexto atual ser
muito recente, a literatura sobre essa associação ainda é limitada.

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Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG