Tratamento do câncer cervical e a ocorrência de disfunções sexuais femininas: uma revisão da literatura

Autores

  • Julia Maria de Morais Ferreira Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Yaman Paula Barbosa Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • José Ricarto Bezerra Neto Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Pedro Henrique Pereira da Silva
  • Danilo Silva Almeida Centro Universitário UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

Neoplasias do colo do útero, Saúde sexual, Terapêutica

Resumo

O câncer cervical começa a se desenvolver quando as células do seu epitélio sofrem alterações e se multiplicam de forma desordenada. Dessa forma, seu tratamento é definido por alguns fatores e pode incluir a quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e histerectomia. Presume-se que elementos que podem prejudicar a vascularização e a inervação dos músculos do assoalho pélvico, podem levar a uma série de disfunções, bem como, acarretar dispaneuria, anorgasmia e vaginismo. Além disso, as disfunções sexuais femininas acontecem devido a deficiência de estrogênio e testosterona associados a qualquer alteração no tônus dos músculos do assoalho pélvico. Por isso, acredita-se que há uma forte influência do tratamento do câncer cervical nas disfunções sexuais femininas. Descrever a influência do tratamento do câncer cervical na ocorrência de disfunções sexuais em mulheres. Trata-se de um estudo descritivo, baseado em uma revisão integrativa da literatura. A questão norteadora da pesquisa foi: qual a relação entre o tratamento do câncer cervical com as disfunções sexuais femininas? Os critérios de inclusão foram: língua inglesa e portuguesa e conteúdo com dados epidemiológicos e clínicos sobre o tema. A partir dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Cervical Neoplasms” and “Neoplasias do Colo Uterino” and “Sexual Health” and “Saúde Sexual”, foram selecionados quinze artigos nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Public Medlines (PubMed) e Google Scholar entre os anos 2014 a 2020. O tratamento do câncer cervical envolve diferentes processos, como a quimioterapia, radioterapia e a histerectomia. Essas formas de tratamento podem levar, de alguma maneira, ao desenvolvimento de disfunções sexuais. A radioterapia e a quimioterapia podem comprometer a função e fisiologia dos órgãos pélvicos. Após a radioterapia, pode haver dano da mucosa vaginal, do tecido conectivo e de vasos menores, levando à hipóxia tecidual e, portanto, ressecamento e estenose vaginal, interferindo de forma negativa no prazer feminino, por promoverem dor e sangramento durante o ato sexual. A histerectomia, manifesta a própria alteração anatômica provocada pela retirada do órgão, uma vez que as contrações uterinas desempenham função importante no orgasmo feminino. Após o procedimento, também pode ocorrer a diminuição do canal vaginal e dispareunia crônica.  Além disso, durante o ato cirúrgico pode haver lesão do plexo uterovaginal, que está relacionado ao orgasmo e à lubrificação do canal vaginal. Ademais na histerectomia, ressalta-se o componente psicológico no desenvolvimento de disfunções sexuais, uma vez que a mulher vivencia distúrbios de autoimagem, levando a alterações sexuais. O tratamento do câncer cervical é essencial. No entanto, pode provocar sequelas, como o surgimento de disfunções sexuais. Por isso, torna-se importante um tratamento multidisciplinar na reabilitação da paciente.

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Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG