Sífilis congênita e defeito do septo interventricular
Resumo
RESUMO: A sífilis é uma doença infectocontagiosa de incidência que vem aumentando nas últimas décadas no Brasil. Ela ocorre quando a doença é transmitida por via transplacentária, e pode causar cardiopatias congênitas nos recém-nascidos, contudo, a associação com CIV é extremamente rara, tendo apenas um caso relatado até os dias atuais. Desta forma, esse relato de caso tem como objetivo descrever um caso de sífilis congênita associada a uma cardiopatia de defeito do septo ventricular. A metodologia usada para esse relato de caso foi a coleta e análise de dados contidos no prontuário da paciente, os depoimentos da mãe e da médica, registro fotográfico, exames complementares e revisão de literatura. O caso descrito refere-se a uma paciente com um mês e quinze dias de vida, apresentando máculas palmares e plantares, febre e VDRL reagente que confirmaram o diagnóstico de sífilis congênita. Na gestação a mãe teve VDRL não-reagente nos exames de pré-natal e teste rápido não-reagente na hora do parto (efeito prozona). A paciente foi internada e tratada com ceftriaxona por falta de penicilina G cristalina até o décimo dia de hospitalização, no qual, foi obtido a penicilina G cristalina. Durante a discussão foi falado sobre o efeito prozona interferindo no resultado que dará falso-negativo. O único caso relatado de CIV associado à sífilis congênita foi descrito em 2009 no Jornal of Tropical Pediatrics. A exposição aos teratógenos, como a sífilis, pode refletir essa cardiopatia. O defeito do septo ventricular como um marcador de tensão intrauterino associado a sífilis permanece especulativo.
Palavras-chave:
Neurossífilis. Anormalidades congênitas. Comunicação interventricular.