RELAÇÃO DE PODER E SAÚDE MENTAL DAS MULHERES INSERIDAS NO CRAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores

  • AMANDA SOUSA ARAÚJO Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró - FACENE/RN
  • CAROLINA DA SILVA MATOSO Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró - FACENE/RN
  • Jordanya Reginaldo Henrique
  • Rodrigo José Fernandes de Barros Universidade Regional do Cariri (URCA)
  • Laura Amélia Fernandes Barreto Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró - FACENE/RN

DOI:

https://doi.org/10.37951/2358-260X.2024v12i2.7422

Resumo

O poder concebido por Foucault advém das tecnologias produtoras das concepções de verdades, construídas em contextos sociais, de poderes e saberes que se transformam através das civilizações acometidas pelo controle, que por sua vez, faz-se objeto de apreensão dessas verdades. Atrelado a isso, a filósofa Judith Butler entende as relações de poder expressadas dentro das relações de gênero que é configurado, em sua perspectiva, como um dispositivo de controle interligado ao construto sociocultural que define as funções de homens e mulheres. Com isto, elabora-se como hipótese que as relações de poder impõem como verdade as funções determinadas socialmente para as mulheres, resultam em sobrecarga de atividades, favorecendo o adoecimento mental, e consequentemente, como uma válvula de escape busca-se assistência especializada. Levando em consideração essa concepção, o presente estudo teve por objetivo compreender os efeitos da relação de poder e de gênero na saúde mental das mulheres, aprofundando-se em um delineamento do adoecimento mental, bem como, a possível contribuição da Psicologia diante das repercussões “biopsicossocioculturais” desse público inserido no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). Portanto, o respectivo trabalho adotou o método de revisão integrativa, utilizando-se das bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Portal de Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC) e Scielo, bem como, fazendo uso dos descritores estabelecidos em busca no site Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), “relações de gênero”, “mulheres”, “saúde mental”, “psicologia” e “CRAS”, este, por sua vez, não consta no DeCS, mas os encaminhamentos para a sua inclusão foram realizados. Os trabalhos coletados abordam aspectos da construção de gênero advindo das relações de poder, caracterizado pelo machismo e patriarcado que vêm a influenciar a compreensão da função a ser exercida pela mulher, naturalizando atividades de cuidado do outro e do ambiente doméstico como lugar natural destas, manifestando conjunturas normativas como significativas para o adoecimento mental das mulheres assistidas pelo CRAS, que em situações de vulnerabilidade encontram lugar de fala nos grupos ofertados pelo serviço. Com isso, observa-se que apesar dos avanços como a conquista do direito ao trabalho e possibilidade para autonomia, permanece a manutenção de funções "destinadas às mulheres" perpetrando a naturalização da sobrecarga, tanto pela sociedade como por parte das profissionais do serviço, carecendo de atividades que promovam o olhar crítico das próprias usuárias diante dessas naturalizações.

PALAVRAS-CHAVE:  Psicologia; Mulher; Saúde Mental; Relações de Poder.

Biografia do Autor

AMANDA SOUSA ARAÚJO, Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró - FACENE/RN

Graduada em Psicologia pela FACENE-RN.

CAROLINA DA SILVA MATOSO, Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró - FACENE/RN

Graduada em Psicologia pela FACENE-RN.

Rodrigo José Fernandes de Barros, Universidade Regional do Cariri (URCA)

Graduado em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Graduando em Filosofia, especialista em Ciência Política e especialista em EAD e Tecnologias Educacionais (UniCesumar), especialista em Psicanálise (Faculdade Metropolitana) e mestre em Ciências Sociais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Participou como aluno bolsista do Programa de Educação Tutorial em Ciências Sociais (PETCIS). Desenvolve estudos na área de sociologia e teoria política, com enfoque nos seguintes temas: teoria social, teoria política normativa, ideologia, neoliberalismo e emancipação. Foi professor substituto na UERN, lecionando disciplinas de sociologia e antropologia de 2022 à 2023, assim como professor na FACENE-RN de 2019 a 2024. Desde 2024 é professor efetivo da Universidade Regional do Cariri (URCA), campus de Iguatu - CE, lecionando disciplinas de Ciências Sociais.

Laura Amélia Fernandes Barreto, Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró - FACENE/RN

Doutora em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; Professora efetiva da Escola Estadual Diran Ramos do Amaral e professora da Faculdade Nova Esperança de Mossoró.

Publicado

2024-12-11

Como Citar

SOUSA ARAÚJO, A., DA SILVA MATOSO, C., Reginaldo Henrique, J., Barros, R. J. F. de, & Amélia Fernandes Barreto, L. (2024). RELAÇÃO DE PODER E SAÚDE MENTAL DAS MULHERES INSERIDAS NO CRAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. Científic@ - Multidisciplinary Journal, 12(2), 1–8. https://doi.org/10.37951/2358-260X.2024v12i2.7422