O atual e preocupante perfil epidemiológico da coqueluche no Brasil - The current and worrisome epidemiology of pertussis in Brazil

Autores

  • Lucas Mike Naves Silva
  • Annah Rachel Graciano
  • Priscilla dos Santos Decembre Montalvão
  • Cristiana Marinho de Jesus França

DOI:

https://doi.org/10.29237/2358-9868.2017v5i1.p21-27

Resumo

Resumo

Objetivo: Analisar a prevalência de coqueluche no Brasil no período de 2000 a 2014 e a taxa de mortalidade entre 2000 e 2013, fazendo correlação com a distribuição por sexo e idade. Métodos: Estudo ecológico analítico com delineamento de tendência temporal. Para a obtenção de dados foram utilizadas as fontes SIH, SIM, SINAN e IBGE.  As variáveis analisadas referem-se ao sexo e à idade. Resultados: Houve grande aumento na prevalência da coqueluche no Brasil. Em 2000, a prevalência por 100.000 habitantes foi de 0.5 (IC 95%: 0.48 – 0.54), saltando, em 2014, para 2.43 (IC 95%: 2.36 – 2.50). As crianças menores de um ano são as mais acometidas. Ambos os sexos apresentaram taxa de prevalência maior em 2014, quando o sexo masculino alcançou taxa de 2.3 (IC 95%: 2.21 – 2.4) e, o feminino, de 2.55 para cada 100.000 habitantes (IC 95%: 2.46 – 2.65). A taxa de mortalidade por coqueluche cresceu no período estudado. Em 2000, essa taxa era de 0.53 para cada 100.000 habitantes (IC 95%: 0.23 – 1.24), atingindo o mínimo em 2006, com valor de apenas 0.1 (IC 95%: 0.2 – 0.55). A mortalidade pela doença alcançou seu pico no ano seguinte, com taxa de 13.46 (IC 95%: 11.41 – 15.87). Conclusões: O panorama da coqueluche no Brasil vem se mostrando desfavorável nos últimos anos, uma vez que a prevalência e a mortalidade aumentaram bastante no período de tempo estudado. As crianças menores de 1 ano são as mais acometidas pela doença, que não exibe predileção significativa em se tratando de sexo.

Palavras-chave:

Coqueluche. Epidemiologia. Prevalência. Mortalidade.

 

Abstract

Objective:  To analyze the prevalence of pertussis (whooping cough) in Brazil between 2000 and 2014, and the mortality rate between 2000 and 2013, correlating with the distribution by sex and age group. Methods: Analytical ecological study with temporal design. For data collection, were used as sources SIH, SIM, SINAN and IBGE. The variables analyzed were gender and age. Results: There was a great increase in whooping cough prevalence in Brazil. In 2000, the prevalence in 100.000 inhabitants was 0.5 (95% CI: 0.48 – 0.54), jumping in 2014, to 2.43 (95% CI: 2.36 – 2.50). Children under one year are the most affected. Both sexes presented a higher prevalence rate in 2014, when male sex reached a rate of 2.3 (95% CI: 2.21 - 2.4) and, the female, 2.55 for every 100,000 (95% CI: 2.46 - 2.65). The mortality rate for whooping cough increased during the study period. In 2000, the rate was 0.53 per 100.000 inhabitants (95% CI: 0.23 – 1.24), reaching the minimum in 2006, with a value of 0.1 (95% CI: 0.2 – 0.55). The mortality from the disease reached the higher value in the following year, in 2007, with a rate of 13.46 (95% CI: 11.41 – 15.87). Conclusions:The panorama of whooping cough in Brazil has been unfavorable in the last years, since the prevalence and the mortality increased considerably in the period of time studied. Children younger than 1 year are the most affected by the disease, which does not show a significant predilection when it comes to sex.

Keyword:

Whooping cough.Epidemiology. Prevalence.Mortality.

Referências

1. Willemann MCA, Goes FCS, Araújo ACM, Domingues CMAS. Adoecimento por coqueluche e número de doses administradas de vacinas Pertussis: estudo de caso-controle. Epidemiol. Serv. Saúde. 2014;23(2):207-14.
2. Situação epidemiológica atual da coqueluche – Cenário global. São Paulo: BEPA, Bol. Epidemiol. paul.; 2012.
3. Trevizan S, Coutinho SED. Perfil epidemiológico da coqueluche no Rio Grande do Sul, Brasil: estudo da correlação entre incidência e cobertura vacinal. Cad. Saúde Pública. 2008; 24(1):93-102.
4. Ferreira JA. Coqueluche: uma preocupação mundial. São Paulo; 2014; 17-23.
5. Torres RSLA, Santos TZ, Torres RAA, Pereira VVG et al. Resurgence of pertussis at the age of vaccination: clinical, epidemiological, and molecular aspects. J Pediatr. 2015;91(4): 333-338.
6. Vaz-de-Lima LRA, Martin MD, Pawloski LC, Leite D, Rocha KCP, Brito CA et al. Serodiagnosis as Adjunct Assay for Pertussis Infection in São Paulo, Brazil. Clin Vaccine Immunol. 2014;21(5):636–640.
7. Rocha EL. Caracterização clonal de cepas de Bordetella pertussis isoladas no Distrito Federal [dissertação]. Universidade de Brasília; 2015.
8. Silva FC. O impacto da coqueluche no estado do Rio de Janeiro. Estudo epidemiológico e percepção da biossegurança. Contribuindo para análise da re-emergência no Brasil. Rio de Janeiro (Brasil): fundação Oswaldo Cruz. Instituto de pesquisa clínica Evandro Chagas; 2013 [citado 11 mar. 2016]. 7-9. Disponível em: http:// http://157.86.8.8/reports/doutorado_bibcb/flavio_silva_ipec_dout_2013.pdf.

Downloads

Publicado

2017-06-26